As startups quando nascem possuem uma essência única e intangível que inspira e motiva os colaboradores e todos os envolvidos no novo empreendimento. É uma energia que revitaliza o ambiente de trabalho e estimula seu crescimento. Entretanto, com o passar do tempo as empresas vão passando por mudanças em sua estrutura organizacional e no meio desse processo de amadurecimento e adaptação perdem esse espírito que no começo atraíam e energizavam os stakeholders.
No desafio de manter a alma, criatividade e inovação da startup é comum a interpretação equivocada de que a sua essência é a cultura, mas na verdade, ela vai além da missão, talento e modelo de negócio. Em uma pesquisa da Harvard Business Review realizada com mais de 200 fundadores e executivos de empresas de rápido crescimento foi identificado um sentimento de pertencimento, lealdade e busca por significado por parte dos primeiros funcionários.
Mas afinal, quais aspectos da startup os líderes precisam preservar à medida que o negócio floresce? As dimensões da alma giram em torno de 3 pilares: intenção do negócio, conexão com o cliente e experiência do funcionário.
A intenção do negócio normalmente se origina no empreendedor que reúne seus primeiros colaboradores a partir da premissa de fazer história e fazer parte de algo maior. O propósito de melhorar a vida das pessoas através de uma nova abordagem de produtos e serviços vai além da visão da empresa e adquire uma dimensão quase que existencial.
O vínculo estreito com os clientes é uma vantagem competitiva que está muito relacionada ao propósito da empresa, no que tange a busca por entender profundamente as dores, perspectivas e necessidades de seu público alvo. O engajamento dos funcionários é motivado para ir além dos requisitos básicos do próprio emprego ao criar uma conexão pessoal com os clientes.
A ideia de que o sucesso da startup se dá por conta dos funcionários trabalharem em um ambiente extrovertido, com refrigerante grátis e mesa de ping pong é um estereótipo muito comum ainda. Mas o principal motivo de sucesso e crescimento do funcionário está na liberdade de expressão criativa, autonomia em grandes projetos, influência na construção em conjunto das estratégias e produtos. A contribuição criativa, iniciativa e sentimento de dono são valores estimulados pelas empresas que moldam a experiência do funcionário.
Em muitos casos, é a partir de crises e turbulências que as pessoas percebem que a alma de sua empresa está desaparecendo ou já se foi. O espírito de startup se desgasta com o tempo em função das intervenções dos investidores, ações frenéticas dos próprios líderes pressionados para expandir o negócio. As constantes mudanças de foco por parte dos líderes e a obcecação em gerar lucro são fatores que distanciam os clientes e funcionários. Recentemente, Facebook e Uber pediram desculpas publicamente aos clientes por perderem o rumo.
Encontrar um meio termo em um cenário dinâmico e mutável para manter a trindade espiritual (intenção do negócio, conexão com o cliente e experiência do funcionário) é o segredo não só para o crescimento, como também para a grandeza.
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